A moda dos iogurtes Skyr veio para ficar?
O iogurte skyr é um produto lácteo fermentado que os vikings terão levado para a Islândia na Idade Média. É um iogurte praticamente isento de gordura e com poucas calorias, mas que tem o dobro das proteínas de um iogurte magro comum.
Os skyr estão na moda, disto não há dúvidas e destacam-se dos restantes produtos lácteos devido ao seu elevado teor proteico e baixo valor calórico.
A associação de defesa do consumidor DECO analisou-os e responde às seis dúvidas mais comuns sobre este famoso iogurte oriundo da Islândia:
1- Qualquer pessoa pode consumir?
O skyr pode ser consumido por todos, desde que não seja intolerante à lactose ou faça alergia a algum dos seus ingredientes.
2- O iogurte skyr tem mais proteína que os outros iogurtes do mercado?
Nos valores proteicos, o skyr destaca-se, seguido do queijo quark. De todos os produtos, só os iogurtes naturais comuns têm menos calorias do que o skyr.
3- O skyr sacia mais que os outros produtos lácteos?
Sim. O iogurte skyr é produzido com quantidades mais elevadas de leite do que as necessárias para fazer um iogurte natural. A proteína utilizada é a caseína (não a do soro do leite, como noutro iogurte) que, por ser uma proteína de alto valor biológico (que contém todos os aminoácidos essenciais em quantidades e proporções ideais para atender às necessidades orgânicas) e de origem animal, tem mais aminoácidos essenciais, digere-se melhor e é absorvida mais facilmente. Ao promover elevados níveis de saciedade, é uma mais-valia para pessoas com maior apetite.
4- É recomendável para as crianças?
É recomendável que crianças consumam o iogurte natural comum, porque apresenta valores energéticos baixos como os do skyr, com a vantagem de ter uma repartição de macronutrientes mais equilibrada.
O iogurte skyr é opção apenas se a criança tiver dificuldades em ingerir carne ou se recusar comer peixe (2 a 3 iogurtes skyr por dia atingem os 20 a 30 gramas diários de proteína recomendados às crianças).
5- É indicado para todos os desportistas?
A ingestão deste tipo de iogurte depende do tipo de treino e desporto praticado. No caso da corrida ou do ciclismo (em que o objetivo é a recuperação muscular), do bodybuilding ou do crossfit (em que se procura aumentar a massa muscular), o consumo de skyr pode ter um papel relevante, pois a caseína é de digestão mais lenta do que o soro de leite. Se o exercício for moderado e de impacto razoável, não será necessário o aumento do consumo de proteínas.
6- Deve optar-se pelos sabores de fruta ou pela versão natural?
O melhor é optar pelos naturais e, se for necessário, adicionar um pouco de compota com o mínimo teor de açúcar e máximo de fruta (de preferência feita em casa), fruta fresca, mel, granola ou aveia, pois os naturais têm níveis mais elevados de proteína e menor teor de açúcar.
Por outro lado, os de fruta acabam por ter outros ingredientes adicionados com poucos benefícios, como conservantes, espessantes, edulcorantes ou açúcar. Por isso, o melhor é não comprar os skyr de sabores.
Dos Skyr naturais, aquele que apresenta maior teor de proteína é o da marca Milbona, com 11,8 gramas por 100. Já o da marca Continente é o que apresenta menos calorias (55 por 100 gramas) e o da marca Pingo Doce tem um teor de hidratos de carbono e de gordura menores comparativamente com os retantes (3,8 gramas e 0,1 por 100, respetivamente).
Benefícios
Nas quantidades adequadas, as proteínas são indispensáveis para o nosso organismo, porque contribuem para a formação dos músculos e para o bom funcionamento do corpo.
Numa dieta alimentar equilibrada e baseada nas porções da roda dos alimentos, recomenda-se que cerca de 10 a 15% do valor calórico total seja de origem proteica (50% de origem vegetal e 50% de origem animal).
Um adulto precisa de 0,83 gramas de proteína por quilo de peso corporal, ou seja, um adulto de 70 kg precisa de 58 gramas de proteína por dia.
As crianças com mais de 6 meses precisam, por dia, de uma quantidade de proteína de 0,66 gramas por quilo. No caso dos adolescentes entre os 14 e os 18 anos, o consumo deve ser de 52 gramas de proteína por dia para os rapazes e 51 gramas para as raparigas.
As proteínas animais têm um alto valor biológico (carnes, aves, peixes, ovos e lacticínios).
Nos vegetais, cereais e frutos secos encontramos proteínas de baixo valor biológico, pois não possuem alguns aminoácidos essenciais.
Riscos
O défice prolongado de proteína provoca perda de massa muscular, acumulação de líquidos e problemas ao nível do sistema imunitário.
No entanto, o excesso de proteína pode afetar os rins e o fígado ou favorecer o aparecimento da osteoporose.